terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ELE FOI CONVIDADO PARA SER UM ARTISTA GOSPEL


Imagine só! Um grande amigo meu foi convidado para ser um artista gospel. Parece que depois de acompanhar um pouco das suas idas e vindas, fizeram o convite, perguntando para ele se desejaria ser “conhecido de muitos”, ou melhor, famoso; ter uma “vida tranqüila”, ou seja, bem financeiramente; e consequentemente, “em condições de influenciar as pessoas”, melhor dizendo, poderoso, ingredientes esses que certamente trariam prazer, muito prazer!

É isso aí! Fama, Fortuna, Poder e Prazer foram as motivações apresentadas no convite feito. Evidentemente, meu amigo ficou surpreso, e perguntou: “Mas por que você está falando em ser conhecido de todos?” A resposta foi imediata: “Parece que você não observa, ou não está ciente do carisma que possui. Temos observado, as pessoas desejam estar com você, ouvir você, conhecer você. Elas estão com os olhos o tempo todo voltados na sua direção. Seu carisma tem que ser melhor aproveitado, e, para isso, nós estamos aqui.” Meu amigo, então, novamente fez uma pergunta: “Mas carisma é o suficiente?”

– “Não! Não é o suficiente, mas certamente é muito importante e estratégico.” E continuaram… “Carisma é importante, mas não é tudo. Além do carisma, você tem a capacidade de chamar a atenção com as coisas que faz e as pessoas ficam cativas aos seus efeitos. Você é talentoso, ou, melhor dizendo, é um super dotado. Você sabe falar, trata bem as pessoas, as ouve, é aparentemente simples, sincero, e parece não querer nada em troca, embora saibamos que ninguém faz nada de graça.” Meu amigo, então, respondeu: “Mas eu já tenho o meu ministério.”

Eles imediatamente riram e afirmaram: “Meu caro, poucas pessoas sabem fazer ministério como nós, somos ‘mestres’ no assunto. Nós podemos fazer aquilo que você chama de ministério, conhecido, rentável, poderoso e prazeroso, para todos nós, inclusive você! Temos toda uma estratégia de marketing já pensada para você, de acordo com as necessidades do mercado, mediante uma ampla pesquisa realizada no segmento que você irá atuar. Temos observado que você é, além de carismático e talentoso, versátil, e, com isso, poderemos jogar de acordo com os interesses e as necessidades detectadas e nos momentos adequados.”

Meu amigo, mais uma vez questionou: “Mas vocês estão falando de rentabilidade? É um negócio?” “Sim, é claro!”, eles responderam. “Ministério hoje em dia é um negócio. Já passou a época daquela visão apaixonada, de se fazer tudo por amor à camisa. Basta olhar, por exemplo, para o futebol. Vamos transformar você em alguém ainda mais atraente, talvez com um bom enxoval de roupas, tratamento para a pele, para os cabelos, muita malhação, e, enfim, fazer “um milagre” na sua aparência, de acordo com aquilo que o público almeja de um artista do segmento. Aliás, de acordo com a pesquisa realizada, já temos também a identificação de uma forma específica de atuação. Você usa bem as mãos, faz verdadeiros milagres que impressionam o público. Isso atrelado à sua voz, com esse tom doce quando fala, que transmite, ao mesmo tempo, firmeza e ternura, pode agregar valor à sua imagem, que deve ser trabalhada para tornar-se mais forte e sensual. E já pensou em, além de tudo isso, quando você soltar essa voz para cantar?” Meu amigo aproveitou e informou: “Eu não sou evangélico.”

Eles responderam: “Não precisa! Hoje temos vários artistas que atuam nesse nicho de mercado e não necessariamente o são. O importante é que o público pense que você é. Já temos todo um estudo de como as pessoas esperam que seja o comportamento de um artista gospel, e certamente você irá se adequar, pois teremos na sua equipe de apoio, além do produtor e do assessor de imprensa, um conselheiro de comportamento. É como na diplomacia: basta obedecer o protocolo e a coisa acontece.

Meu amigo, então, novamente tentou falar, e eles o interromperam afirmando: “Você é o cara! Não precisa se preocupar, nós colocamos os olhos em você e vimos que muita coisa já acontece de forma natural. Além do seu carisma e da sua versatilidade, você tem muitos talentos e pode atuar em várias áreas. Até agora não vimos nenhuma área em que você não se encaixe. Se não souber cantar, talvez nem necessite, há muitos cantores gospel que também não sabem. E se não tiver jeito, você sabe falar, talvez nem precise tanto da nossa ajuda, mas se quiser, a gente também dá assessoria nessa área.

Você pode ser um pastor, missionário, apóstolo, ou quem sabe encontraremos um título mais interessante e que demonstre mais poder. Ser algo assim, hoje em dia, também é uma arte.”

Depois de uma conversa tão intensa, a conclusão não poderia ser diferente. Mesmo sem a resposta ou concordância do meu amigo, surgiu outro cidadão, apresentando-se como advogado e de posse de um contrato a ser assinado o quanto antes, afinal, a contagem regressiva para o lançamento do novo fenômeno de sucesso já começara a contar.

Foi aí que o meu amigo aproveitou para desvendar toda a história, afirmando: “Conhecido de todos, eu quero ser, e reconhecido por todos um dia certamente serei, mas não necessariamente, famoso. Ter uma vida tranqüila, eu já tenho, e abundante em valores maiores do que simplesmente a riqueza do dinheiro. Quanto ao prazer que posso vir a ter, você não sabe, porque não me conhece, mas sou capaz de me satisfazer em mim mesmo, ao mesmo tempo. Quero dizer que o meu prazer está em fazer a vontade do meu Pai que está nos céus.

E em relação ao poder, eu lhes afirmo que chegará o dia quando eu mesmo responderei que “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas apenas aquele que fará a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome? Em Teu nome não expulsamos demônios e não realizamos milagres?’ Então eu lhes responderei claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!.’”

***

O texto é de Augusto Guedes: um dos fundadores e Diretor Executivo do Instituto Ser Adorador, pastor, líder de adoração, empresário no ramo de imóveis na cidade de Fortaleza-CE, mas prefere se apresentar como alguém que continua encantado com o chamado de simplesmente seguir a Jesus. 

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